Outubro marca duas grandes conquistas do basquete no Mundial e Olimpíada


Olimpíada de Tóquio, em 1964 e Mundial das Filipinas, em 1978: duas medalhas de bronze do basquete brasileiro exatamente no mês de outubro

 

O mês de outubro é um dos mais importantes para o basquetebol brasileiro. Afinal de contas, foi exatamente nesse período que o País conquistou dois dos seus maiores e mais importantes títulos da sua história. Primeiro foi a medalha de bronze no Campeonato Mundial nas Filipinas, no período de 1 a 14 e, depois, no período de, de 10 a 23 a medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão.

O presidente da Federação Paulista de Basketball, Enyo Correia, acredita que essa rica história do basquete, sempre será um motivo de orgulho pelo trabalho que é realizado no Estado, em especial aos filiados.

“São conquistas importantes do basquete brasileiro. Datas que devemos sempre comemorar porque foram essas seleções que conseguiram sempre enaltecer o basquete brasileiro, em especial ao basquete de São Paulo, já que sempre tivemos uma boa quantidade de jogadores nas equipes, bem como em todas comissões técnicas”, afirmou Enyo Correia.

A medalha de bronze no Mundial das Filipinas foi conquistada pela geração de Oscar e Marcel, ambos começando na Seleção Brasileira. Na época, em 1978, na ocasião do Mundial das Filipinas, a geração era outra: Hélio Rubens Garcia, Zé Geraldo, Ubiratan, Carioquinha, Marquinhos. Adílson Nascimento, Gílson Trindade e Fausto e os jovens Oscar, Marcelo Vido, Eduardo Agra e Marcel de Souza.

 

Para conquistar a medalha de bronze no Mundial, a última na competição do basquete brasileiro, o Brasil parou nas semifinais contra a União Soviética na semifinal, com uma sofrível derrota, por 94 a 85, nos últimos segundos do jogo. Foi para a disputa da medalha de bronze contra a Itália, de Dino Meneghin e Pieluigi Marzoratti, que haviam sido eliminados da disputada da medalha de ouro pela Iugoslávia, única seleção que derrotou o Brasil na primeira fase. No cruzamento, o Brasil caiu contra a União Soviética e perdeu por 94 a 85.

No dia 14 de outubro de 1978, o jogo entre Brasil e Itália, pela decisão do bronze foi cercada com muita rivalidade e tensão. Depois de dominar o jogo quase o tempo todo, o Brasil sofreu uma cesta do armador Marzoratti, colocando os italianos um ponto a frente: 85 a 84. Porém, o hábil Adilson praticamente pegou a bola descendo da cesta e passou rapidamente e deu o fundo bola para o jovem ala Marcel, que ao cruzar a linha do meio da quadra, arremessou com muita felicidade e a bola entrou, em uma época que não havia a linha dos três pontos, dando a vitória ao Brasil, por 86 a 85.

“Aquele lance realmente foi de muita felicidade. Quando peguei a bola do Adilson, realmente sabia que faltava pouco para acabar o jogo e quando cruzei a linha do meio da quadra e parecia que ainda dava, dei mais uns passos e arremessei consciente. Ainda bem que a bola entrou. Foi uma vitória sensacional, que na verdade foi a última grande colocação brasileira no pódio no Mundial”, afirmou Marcel, atualmente com 61 anos e vivendo em Jundiaí e exercendo a profissão de médico.

Delegação do Brasil
Adilson de Freitas Nascimento (25pts), Eduardo Agra (11), Fausto Giannechini (67), Gilson Trindade (101), Hélio Rubens Garcia (44), Marcel de Souza (183), Marcelo Vido (4), Marcos Antônio Abdalla Leite “Marquinhos” (157), Milton Setrini Júnior “Carioquinha” (124), Oscar  Schmidt (194), Roberto José Corrêa “Robertão” (31) e Ubiratan Pereira Maciel (47). Técnico: Ary Ventura Vidal.

Campanha do Brasil 
Brasil 154 x 97 China
Brasil 88 x 84 Itália
Brasil 100 x 88 Porto Rico
Brasil 69 x 62 Canadá
Brasil 108 x 78 Austrália
Brasil 119 x 72 Filipinas
Brasil 92 x 90 Estados unidos
Brasil 87 x 91 Iugoslávia
Brasil 85 x 94 União Soviética
Brasil 86 x 85 Itália

Classificação final
1º- Iugoslávia; 2º- União Soviética; 3º- Brasil; 4º- Itália; 5º- Estados Unidos; 6º- Canadá; 7º- Austrália; 8º- Filipinas; 9º- Tchecoslováquia; 10º- Porto Rico; 11º- China; 12º- República Dominicana; 13º- Coreia; 14º- Senegal.

BRONZE NAS OLIMPÍADAS

Outra conquista que marcou o basquete brasileiro no mês de outubro foi sem dúvida alguma a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Na época, a geração marcada por Amaury Pasos e Wlamir Marques, já vinham de três grandes conquistas: bicampeonato mundial, em 1959 (Chile) e 1963 (Rio de Janeiro) e a medalha de bronze nas Olimpíadas de 1969, em Roma.

Porém, mais uma vez a União Soviética cruzou no caminho dos brasileiros. Na semifinal, disputando a vaga para disputar o ouro, a seleção de Amaury, Wlamir, Rosa Branca, Nenê Sucar e Victor acabou sendo superada pelos soviéticos, por 53 a 47. “Tivemos muitas chances de ganhar o jogo, mas acabamos dando mole nos momentos decisivos. Foi um dos melhores jogos das Olimpíadas e acabamos ficando fora da decisão do ouro”, lembra Amaury Pasos.

Na decisão do bronze, o jogo foi contra Porto Rico, que havia sido eliminado pelos Estados Unidos, com uma vitória por 20 pontos: 62 a 42. Com isso, no dia 23 de outubro, de 1964, Brasil e Porto Rico entraram em quadra para decidir o bronze. Mais uma vez, os comandados do técnico Renato Brito Cunha tiveram uma atuação perfeita para vencer os porto-riquenhos, por 76 a 60 e ficarem com mais uma medalha de bronze, a última da geração de ouro.

 

CAMPANHA DO BRASIL EM 1964

Brasil 50 x 58 Peru

Brasil 68 x 64 Iugoslávia

Brasil 92 x 65 Coréia do Sul

Brasil 61 x 54 Finlândia

Brasil 80 x 68 Uruguai

Brasil 53 x 86 Estados Unidos

Brasil 69 x 57 Austrália

Semifinal

Brasil 47 x 53 URSS
EUA 62 x 42 Porto Rico

Decisão do bronze – Brasil 76 x 60 Porto Rico

Decisão do ouro – EUA 73 x 59 URSS

A equipe brasileira de 1964: Amaury Pasos, Wlamir Marques, Ubiratan Pereira Maciel, Carlos Domingos Massoni (Mosquito), Friedrich Wilhelm Braun (Fritz Braun), Carmo de Souza (Rosa Branca), Jatyr Eduardo Schall, Edson Bispo dos Santos, Antônio Sucar, Victor Mirshawska, Sérgio Toledo Machado (Sérgio Macarrão) e José Edvar Simões. Técnico – Renato Brito Cunha.