O basquetebol brasileiro sofreu uma perda irreparável. Morreu nesta terça-feira (18/03), aos 87 anos, Wlamir Marques, ídolo do Corinthians, multicampeão pela seleção brasileira e atleta que teve toda sua brilhante trajetória reconhecida pela Federação Internacional de Basketball (FIBA), que o incluiu em seu Hall da Fama.

“Este é um dia muito triste para o basquetebol paulista e nacional. Wlamir vai para um outro plano e estará novamente ao lado de outros grandes ídolos do nosso esporte como o Rosa Branca e Amaury Pasos. São pessoas que construíram uma história muito bonita e rica no basquetebol de São Paulo. A diretoria da Federação Paulista de Basketball lamenta o acontecido e expressa sua solidariedade e carinho a todos os familiares e amigos do Wlamir”, afirma Enyo Correia, diretor-executivo da FPB.”

A morte de Wlamir Marques acontece pouco mais de três meses após Amaury Pasos nos deixar. Ele faleceu em dezembro de 2024.

Wlamir era um atleta por excelência. Antes do basquete, praticou natação e atletismo e neste esporte aprimorou uma de suas características: as passadas largas. Como saltava mais de 6 metros de extensão, já no basquetebol dizia-se que ele “voava em quadra”. Daí o apelido de “Disco Voador”.

 

 

Também conhecido como “Diabo Loiro”, começou a carreira no Tumiaru, da cidade de São Vicente. Aos 16 anos, foi para o XV de Piracicaba e pelo clube do interior conquistou os campeonatos paulistas de 1957 e 1960. Mas foi pelo Corinthians, clube que defendeu por dez anos, que Wlamir se tornou uma lenda, conquistando oito títulos estaduais pelo Timão. Eterno ídolo da Fiel, Wlamir Marques dá nome ao lindo ginásio poliesportivo da sede do Corinthians no Parque São Jorge e tem um busto em sua homenagem na entrada da arena.

A habilidade e talento levaram Wlamir à seleção brasileira e o jogador defendeu as cores do Brasil por 17 anos, desde os tempos de juvenil. Pela equipe adulta, foi bicampeão mundial em 1959 e 1963 e vice-campeão em 1954 e 1970. Nas Olimpíadas, ajudou o Brasil a conquistas a medalha de bronze nos Jogos de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964. Em Jogos Pan-Americanos, foi prata em 1963, em São Paulo, e bronze em 1955, na Cidade do México, e em 1959, em Buenos Aires.

Sua passagem como jogador por clubes terminou em 1974, quando atuou pelo Tênis Clube de Campinas. Como treinador, Wlamir Marques comandou as equipes masculinas do Jundiaí, Palmeiras, Hebraica e Pinheiros e as femininas do XV de Piracicaba, Corinthians e São Caetano.