Catanduva estreia no Paulista Feminino com vitória a três segundos do final


Crédito – Buenas Comunicação/Catanduva

Catanduva (SP) – O cronômetro marcava pouco mais de três segundos para o final da partida. E o placar: 70 a 70. Falta para o Tietê Agroindustrial/Bax Catanduva. Dois lances livres que poderiam definir o jogo contra o Vera Cruz Campinas.

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A ala-armadora Larissa, no alto de seus 1,62 metros, vai para a linha de arremesso. A bola do jogo estava em suas mãos. O que será que passa na cabeça?

“Uma emoção muito grande. Eu tentei me concentrar para converter os dois lances, mas acabei desperdiçando o primeiro. A tensão aumentou, porque a responsabilidade do último ponto caiu nas minhas mãos. E eu foquei ainda mais. Graças a Deus, acertei o segundo lance”, confidencia a jogadora ao final do jogo.

Após os dois lances, a bola era do time campineiro. Em uma ação rápida, a equipe poderia acertar uma bola de dois ou três pontos e virar, mas a defesa catanduvense foi mais forte. Apito final e vitória do time da casa.

Como dizem por aí, a partida entre Tietê Agroindustrial/Bax Catanduva e Vera Cruz Campinas, no sábado, no Ginásio Municipal Anuar Pachá, carinhosamente conhecido como ‘Caldeirão da Bruxinha’, na estreia do Campeonato Paulista  Feminino, foi teste para cardíaco.

“A vitória é resultado do trabalho coletivo. Todas as atletas deram a sua contribuição. Com as perdas que sofremos para o Paulista, o time sentiu bastante. Porém, nós conversamos e nos fechamos. E vamos nos juntar cada vez mais, doar sempre um pouco mais e nos divertirmos. Isso que o Cesamar sempre nos passou. Se Deus quiser, mais vitórias virão”, destaca Larissa.

Além da ala-armadora, um dos principais destaques da partida foi a armadora e presidente do Bax Catanduva, Natália Burian: 17 pontos, 14 assistências, 8 rebotes e 29 eficiência.

Para o técnico Cesamar Fernandes, o resultado não foi uma surpresa, uma vez que suas atletas têm potencial e podem fazer muita diferença dentro de quadra.

“Sabemos que o adversário é um time forte e que se reforçou para ser campeã. É bicampeã paulista, ficou entre as quatro melhores da Liga (LBF 2021). Desde que retornamos com o projeto, nós nunca havíamos ganhado deles. Sempre perdíamos por um placar com diferença de 20 pontos”, explica o treinador.

O começo do jogo não agradou o técnico, que viu sua equipe acanhada e com medo, deixando as adversárias jogarem forte e dominarem a partida. Porém, de acordo com ele, dois fatores foram decisivos para um placar diferente: o poder de reação e a ajuda que veio do banco.

“Nós tivemos esse poder de reação, de encostar e virar o jogo. No Brasileiro, fizemos partidas parecidas: saímos atrás, encostamos, mas não conseguimos virar. Hoje (sábado), foi diferente: saímos atrás no placar, viramos o jogo, deixamos que passassem à frente e conseguimos recuperar. Isso traz mentalidade de equipe vencedora”, afirma.

As bancárias corresponderam à altura, marcando 22 dos 71 pontos, o que mostra a coesão na equipe.

Quando questionado sobre a decisão da partida nos últimos segundos, Cesamar garante que a cabeça fica ‘a mil por hora’.

“Pensei várias coisas. A jogadora vai, erra um lance livre. Estávamos com um placar tranquilo, com dez pontos de diferença. Embora seja uma diferença pequena para o basquete, mas se tivéssemos chegado aos cinco minutos finais com essa vantagem, poderia ter sido menos sofrido. Tomamos a virada e eu achei que não fossemos conseguir. Mas as meninas foram lá e mostraram o potencial. Fiquei tenso, acabei gritando cobrando uma reação. A vibração da equipe durante toda a partida, tanto na quadra quanto no banco, toda a parceria, a coletividade. Isso ajuda muito”, finaliza.

A equipe se reapresenta hoje e segue em ritmo intenso de treino para a próxima partida, que acontece sábado (11), às 18h, contra o Pró-Esporte/Sorocaba, na casa do adversário.