Régis Marrelli: um líder convicto de que a união faz a força de um time


Um treinador que acredita fortemente que a união dos jogadores é fator fundamental para superar adversários. Um comandante que se realiza estimulando e acompanhando de perto o desenvolvimento de jovens talentos do seu time. Um líder que quer retribuir todo o carinho dado pela cidade que o abraçou. Este é Régis Marrelli, técnico do Farma Conde São José Basketball, que nesta temporada volta ao clube pelo qual viveu grandes momentos em sua primeira passagem, entre 2006 e 2013. Agora, segundo ele, é hora de voltar a dar alegrias para o torcedor da Águia do Vale.

Régis abriu espaço na agenda de treinamentos do Farma Conde São José e respondeu perguntas do site oficial da Federação Paulista de Basketball. Confira o bate-papo na íntegra:

1) Você está de volta ao Farma Conde/São José Basketball, time que pelo qual você teve grandes momentos em sua primeira passagem entre 2006 e 2013. Foram dois títulos paulistas, em 2009 e 2012, e um vice-campeonato do NBB, na temporada 2011/2012. Estava com saudade? Como você define a sua relação com o time de São José e com a cidade?

RÉGIS MARRELLI: Sou mogiano, nasci em Mogi das Cruzes e vim para São José dos Campos em 2006. Essa ligação com a cidade foi crescendo com o tempo. Me lembro que os primeiros jogos foram no Tênis Clube e tinham umas 50 pessoas no ginásio. Depois, mudamos para a Associação e devagarzinho fomos trazendo torcida para os jogos. O time foi crescendo, o investimento foi aumentando ano a ano…Nós conseguimos montar times melhores e o ginásio foi enchendo. Tinha fila para entrar, o time jogando bem…Acabei me mudando para São José e a família se apaixonou pela cidade. É uma cidade que ama basquete, linda e com um time forte. Foram anos muito bons da minha vida, com várias conquistas e momentos felizes aqui em São José. Tenho muito carinho por ela e espero voltar a dar alegrias para a torcida de São José porque ela merece.

2) O que você está achando desse novo projeto para o basquete profissional do São José Basketball? É muito diferente do projeto que você vivenciou há mais de dez anos?

RÉGIS MARRELLI: Na verdade estamos falando de uma reconstrução. Quando eu vim pra cá pela primeira vez era o início de um projeto. São José havia vencido a segunda divisão e foi crescendo ano a ano, evoluindo e melhorando. Agora estamos em um momento diferente. Logicamente que as expectativas de retorno são mais rápidas, mas a ideia é construir uma equipe. Aproveitar os garotos da cidade e da base e trazer jogadores que vão agregar à cidade e ajudar esses garotos. Queremos montar um time bem legal, bem competitivo e buscar os resultados. Sabemos que um time profissional vive de resultados e esperamos que essa construção aconteça o mais rápido possível e que a gente consiga dar o retorno que a cidade merece.

Caldeira e Ruivo comemoram ponto na vitória sobre o Mogi Basquete. CRÉDITO: Farma Conde São José Basketball

3) O São José vem brigando por posições na parte de cima da tabela do Campeonato Paulista. Até aqui foram 4 vitórias (uma delas sobre o líder Pinheiros) e 4 derrotas. Qual a sua avaliação sobre o desempenho da equipe? O que ainda precisa evoluir?

RÉGIS MARRELLI: O Campeonato Paulista é uma preparação muito importante e uma oportunidade para os garotos. Sempre falo que nós temos o Afonso (pivô de 20 anos) já jogando pelo adulto, o Caldeira que atuou muito bem no último jogo (o armador de 20 anos marcou 7 pontos e conseguiu seis rebotes na vitória sobre o Mogi por 83 a 73) e outros garotos com bastante potencial. A equipe vem oscilando demais, com momentos muito bons e momentos muito ruins. Ainda não conseguimos achar uma estabilidade. Em casa estamos mais confiantes, ao lado da torcida e estamos jogando melhor. Fora de casa estamos oscilando demais. Acho que em todos os jogos a gente esteve na frente durante a partida, mas a gente se perde em alguns momentos… Precisamos melhorar esse equilíbrio, mas faz parte do momento. Estamos agora com problemas de contusões, ainda faltam jogadores para chegar… Está sendo uma construção realmente, mas espero que nos playoffs a gente chegue bem para o momento decisivo do Paulista.

4) Você tem um elenco jovem nas mãos. Como você está vendo a atuação desses talentos no Farma Conde São José Basketball durante a competição?

RÉGIS MARRELLI: É um time promissor, com garotos com muita qualidade, fruto de um trabalho muito bem feito pelas categorias de base. Logicamente, sabemos que os garotos demoram um tempo para se desenvolverem. Alguns entram até assustados em quadra, a gente percebe. Mas é uma coisa normal e com o tempo vai melhorando. Eles precisam ganhar confiança para realmente poderem somar de uma forma consistente. Estou muito contente porque já estamos tendo frutos desse trabalho. Espero que continue assim. Particularmente, adoro trabalhar com jovens talentos.

5) Você é um treinador que preza e estimula a união do grupo de jogadores como uma das forças para se formar uma equipe competitiva. Explique para os torcedores o que você costuma chamar de “princípio da mão fechada”.

RÉGIS MARRELLI: Quando eu falo a primeira vez para um grupo, sempre digo que acredito muito nisso (Régis mostra o mão fechada): um grupo fechado derruba o adversário. E quando um grupo está “aberto”, com um ou dois jogadores em outra sintonia, você pode até dar um tapa, mas não derruba o adversário. Você só machuca ele. A minha ideia é que a gente sempre tenha o grupo fechado para que possamos derrubar o adversário e conseguir sempre o maior número de vitórias e conquistar títulos. Essa é a minha ideia de basquete. Acredito que com o grupo unido o basquete vai ser muito melhor e os atletas vão conseguir superar os momentos ruins de um jeito mais fácil. Sempre vou pregar isso!